Quando Vivi nasceu, o irmão, com apenas dois anos, não conseguiu lidar com o fato de que teria que dividir os pais com aquela coisinha insignificante e chorona e decidiu que ela simplesmente não existia.
O menino construiu uma vida paralela à da irmã e, da qual, ela não fazia parte. Nunca brincaram juntos, nunca dividiram um doce, nunca trocaram confidências. Não chegavam a ser inimigos, mas também estavam longe de ser amigos.
A porta do quarto do irmão de Vivi estava sempre fechada e ela, desde cedo, tinha muito medo do que havia lá dentro. Quando criança, acreditava que lá se escondesse um monstro cheio de tentáculos que iria sugá-la para um outro mundo. Na adolescência, imaginava encontrar algum fetiche sexual perturbador. Na juventude, temia que o irmão estivesse trazendo drogas para casa ou algo até pior.
O fato é que Vivi tinha muito medo daquela porta eternamente fechada.
Vivi cresceu, começou a trabalhar, e passou a ter que conviver com portas fechadas: da empresa que não a aceitou, do chefe em reunião com seu cliente sem comunicar-lhe, do almoço do time para o qual não havia sido convidada.
Vivi se casa. O marido tinha um filhinho de 2 anos do primeiro casamento e, ao olhar para o menino, ela tinha sempre uma leve impressão de que havia, novamente, invadido a vida de alguém.
Vivi e o marido tiveram mais dois filhos que cresceram juntos com o meio irmão, com o qual se tornaram grandes amigos.
Quando o enteado completou quatorze anos e entrou definitivamente na adolescência, adquiriu o hábito de chegar na casa da Vivi e, de imediato, fechar a porta do quarto.
Num primeiro momento, Vivi não se importou, embora temesse que os filhos pudessem se sentir rejeitados pelo meio irmão. Com o tempo, Vivi foi gostando cada vez menos daquela porta fechada e achava que aquilo era uma invasão de privacidade às avessas.
Na sua casa, todas as portas ficavam constantemente abertas.
Aquilo foi irritando Vivi, a ponto do seu casamento entrar em risco: ou ele abre a porta do quarto ou eu abro a da rua e vou me embora.
Numa certa noite, ela sonhou que estava destruindo a porta do quarto a machadadas e contou, assustada, para sua melhor amiga que perguntou:
- Por que você simplesmente não abre a porta e pronto?
Naquele dia, Vivi chegou em casa com o estômago embrulhado e com as mãos tremendo, exatamente como se sentia antes de fazer uma apresentação para algum cliente importante. Foi andando devagarinho até a porta do quarto do enteado, respirou fundo, bateu e entrou:
- Por que você está sempre com esta porta fechada? perguntou ela, num tom agressivo.
- Por que as crianças ficam correndo pela casa e eu preciso fazer meu dever da escola, respondeu o enteado, dando-lhe um abraço apertado e um beijo carinhoso no rosto.
Naquele dia, os monstros imaginários de Vivi desaparecem. Passou a se sentir bem-vinda e portas fechadas não a incomodam mais. Ela aprendeu que, tudo que precisa fazer é bater e abrir.
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É claro que questões como estas não se resolvem
num único insight momentâneo.
Mas um processo de coaching, realizado por um profissional capacitado, é capaz de gerar vários insights e uma nova e poderosa consciência.
Coaching é uma metodologia baseada em “insight learning”, que acontece através de uma parceria entre o “pensador ou cliente” e o “facilitador do pensamento ou coach”. O coach, através da sua presença, da sua escuta ativa e do questionamento provocador, sustenta e apoia a conversa que o cliente tem consigo próprio. Por isso, ao final de um processo de coaching, o cliente se sente com o controle da vida e confiante de que pode realizar tudo o que deseja.
Se você deseja PENSAR sobre problemas, objetivos, dúvidas, caminhos a trilhar, um Coach Profissional será sempre um excelente parceiro.
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Meu próximo post será sobre a história de Maria, uma mulher perseguida pelo medo de ser rejeitada.
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Christiane Dumont
Membro do MCI – Mentoring Coaching Institute
Membro da ICF – International Coach Federation
Coach de Vida e Carreira
Autora do livro: Como Morar na China sem Engolir Sapo nem Comer Cachorro
Site: christianedumont.com
Insta: chris.dumont.rotstein