Maria é uma pessoa querida por todos. Ela é alegre, leve e solta. É espontânea, confia em si mesma e nas pessoas. Ela simplesmente se permite ser o que é. Quando faz as suas palestras, as palavras surgem naturalmente, assim como as metáforas. Boa parte do seu trabalho é enriquecido por intuições e inspirações, que Maria recebe não sabe de onde, mas que reconhece vir de algum lugar, que não o da sua razão.
Mas Maria não é apenas Maria. Maria é também Roberta. Roberta Maria é seu nome. E Roberta é diferente de Maria. É ela que prepara o terreno para Maria. É Roberta que cuida da agenda, das contas, do comercial e da comunicação de Maria. Roberta é disciplinada, sabe que precisa se manter atualizada e está sempre cobrando Maria a levar mais a sério as coisas. Roberta é pragmática e é de sua natureza a busca por resultados.
Pode-se perceber claramente que Roberta e Maria são complementares e poderiam formar uma grande dupla. Poderiam? Sim, porque para isto elas precisariam se entender e cada uma sentir-se valorizada pela outra. Como isto não acontece, Roberta Maria vive em um eterno conflito, ora soltando Maria, ora permitindo que Roberta efetue suas fortes cobranças, algumas delas tão fortes, que abalam a própria Roberta Maria.
Nesta disputa, Maria tem levado alguma vantagem, por representar o lado, talvez, mais agradável para Roberta Maria. Isto tem feito com que, por exemplo, os contatos para venda dos serviços sejam procrastinados e isto se refletiu nos resultados do último workshop organizado pela empresa. Sem este trabalho, não haverá público para a atuação de Maria e nem dinheiro para pagar as contas.
Falando em dinheiro, se tivesse que pagar mais a Maria ou a Roberta, quem seria a escolhida de Roberta Maria? Ela pensa um pouco na resposta e não tem dúvidas. As duas são igualmente importantes. Sem uma, a outra não brilharia. É preciso encontrar espaço para as duas.
Na busca de uma solução para tal batalha interna, Roberta Maria lembra de dois temas que não dera muita importância na época: o planejamento de tempo (vida) e a teoria dos 6 chapéus de Edward de Bono.
A teoria mais aprofundada, neste momento, não é importante, mas sim a metáfora dos chapéus no desdobramento do tempo. Eles podem ser utilizados por uma pessoa ou um grupo em diferentes momentos, com foco naquele tipo de pensamento.
Roberta Maria percebe de imediato que os chapéus de Maria poderiam muito bem ser o verde, o da criatividade, ou o vermelho, o da paixão. Roberta, por sua vez, utilizaria facilmente o amarelo, para a análise dos pontos positivos e o preto, para os pontos críticos de uma determinada questão. À Roberta Maria caberia o uso do chapéu branco, que reúne as informações e do azul, que atua como um facilitador na condução do uso dos chapéus. Tudo isto, dentro de um plano de tempo, onde é blocado espaço para o que é importante. Haverá o momento de Maria e o tempo para a Roberta
Roberta Maria é empreendedora e para empreendedores não há como fazer uso de um único chapéu. Empreendedores são seres complexos. São vários em um só. Maria, Roberta, Roberta Maria, de quem é a vez, qual é o chapéu?
Julio Sampaio (PCC, ICF)
Idealizador do MCI – Mentoring Coaching Institute
Diretor da Resultado Consultoria, Mentoring e Coaching
Autor do Livro: Felicidade, Pessoas e Empresas (Editora Ponto Vital), dentre outros