Blog

Compartilhe

Felicidade, pessoas e empresas

Autor: Julio Sampaio

Iniciamos hoje mais uma série de artigos. Em março, quando a pandemia chegava ao Brasil, abordamos neste espaço, temas que tratavam da relação entre trabalho, dinheiro e espiritualidade. Em seguida, numa nova sequência, conversamos sobre felicidade no mundo corporativo. No total, foram 45 artigos semanais em que procurei trazer questões e provocar reflexões. Sinto-me agora motivado a dar mais um passo, numa temática que não se afasta tanto das anteriores e que, ao contrário, talvez as abranjam.

Felicidade é um assunto que sempre esteve presente na filosofia, na religião, na arte e na mídia de um modo geral. Mais recentemente, a ciência, a sociologia, a política e até a economia introduziram a felicidade em seus estudos, cada uma com o seu próprio viés. Há pesquisas, publicações, congressos, palestras que tratam do tema felicidade. Não poderia ser diferente. A felicidade é o grande ideal do ser humano e está por trás de todo o empenho e esforço de cada um. Todos queremos ser felizes e, neste aspecto, não há diferença entre o que poderia ser o melhor dos seres humanos ou o pior deles.

Mas se é verdade que temos o objetivo da felicidade em comum, também é claro que as pessoas entendem felicidade de maneiras diferentes e, principalmente, buscam caminhos diferentes para chegar lá. Alguns, por exemplo, ao tentar maximizar a felicidade para si, mesmo que sacrificando a dos outros, podem descobrir que provocaram o efeito contrário, como na antiga metáfora da bacia de água: quando puxamos para nós, ela se afasta. Outros, buscam momentos intensivos de prazer, mesmo percebendo que eles se mostram insuficientes para um estado de bem-estar contínuo. Há os que declaram vivenciar a felicidade pelos momentos em que estão plenos, em alguma atividade que os faz sentir como se o tempo parasse ou andasse rápido demais. Sem esgotar os possíveis caminhos, há os que desenvolvem um propósito e encontram a felicidade, no meio de muitos sacrifícios para defendê-los. Lutar por uma causa, por exemplo, criar filhos ou dedicar-se a um novo empreendimento podem exigir muito esforço e momentos de frustrações, mas também gerar um sentimento pleno de sentido, de felicidade.

Falar de felicidade é assim, falar de gente, envolvendo a particularidade e complexidade de cada um. Em momentos como os atuais em que pessoas perderam pessoas para a pandemia e que o mundo se mostra vulnerável e ameaçado, quantos de nós perderam a referência que tinham de felicidade? Quantos agora questionam a sua própria possibilidade? Como seres humanos, continuamos a ambicionar a felicidade, mas talvez tenhamos que descobrir outros caminhos, fomentar novos valores e desenvolver novos propósitos.

Neste contexto, o mundo do trabalho não poderia deixar de ser considerado. Precisamos trabalhar para viver. O trabalho é meio para cumprirmos a nossa missão, o que viemos fazer aqui. Seja o trabalho formal, informal, voluntário, social ou doméstico, todos precisamos trabalhar, que é uma maneira de servir. Boa parte de nós passa a maior parte de seus dias no trabalho e em empresas. Isto ocorre mesmo para os que estão em home office, pois, ainda que estejam fisicamente em casa, em muitas horas do dia, estarão na egrégora de suas empresas (entendendo egrégora aqui como uma conexão energética que liga as pessoas em determinado momento). Pelas necessidades humanas mais profundas, as empresas deveriam ser um local de fazer felicidade, mas isto é possível?

Nos próximos artigos, vamos abordar questões relacionadas à Felicidade, Pessoas e Empresas. Não se trata de verdades absolutas, mas de reflexões que poderão ser muito enriquecidas com a sua participação, ideias, opiniões, discordâncias e proposições, mesmo em poucas linhas. Este é o convite. Você topa participar desta jornada?

 

 

 

Julio Sampaio

Mento-Coach e Fundador do MCI - Mentoring Coaching Institute

Diretor da Resultado Consultoria, Mentoring e Coaching

Autor do Livro: O Espírito do Dinheiro (Editora Ponto Vital), dentre outros.