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Do que estamos falando? De dinheiro ou de felicidade?

Autor: Julio Sampaio

No artigo da semana passada, conversamos sobre o sentimento que vem junto com o dinheiro que recebemos ou que pagamos. Defendi que, de meus clientes, não quero receber apenas o dinheiro, mas a gratidão e o reconhecimento por um trabalho feito com empenho, que representa o meu melhor. Afirmei que o dinheiro é importante, mas não quita isto. Também refleti sobre os sentimentos que estou enviando junto com os pagamentos que faço, seja na feira, no restaurante ou em qualquer outro local. O sentimento recebido ou enviado junto com o dinheiro representa um tipo de energia que influenciará positiva ou negativamente o invisível, na entrada ou na saída do dinheiro, conforme explico melhor no livro O Espírito do Dinheiro (Editora Ponto Vital).

Sem pretender esgotar o assunto, há dois pontos que gostaria de complementar e que também causam grande influência na nossa relação com o dinheiro.

O primeiro deles é lembrar que reconhecer e agradecer pelo serviço que é recebido não significa que não sejamos exigentes na qualidade e no cumprimento do que é devido. Para não sair do exemplo da feira, me aborrece quando não vejo nas barracas o preço escrito dos produtos, o que obriga o cliente a comprar no escuro ou ficar perguntado item a item. Ou no supermercado, quando o valor cobrado no caixa é maior do que o que estava no cartaz da gôndola. Fico incomodado com a camisa que vem malpassada da lavanderia. Ter que esperar recorrentemente por um consulta com horário marcado e que nunca é respeitado me sentir desrespeitado. Nestas situações, o sentimento que deveria ser positivo no pagamento pode ser contaminado, o que prejudica a ambos, o outro lado e a mim mesmo. Eu me esforço para que isto não aconteça, mas nem sempre consigo.

O segundo ponto é quanto ao sentimento pelo dinheiro recebido. Tão importante quanto vir impregnado positivamente é o sentimento com que o recebemos. Neste caso, o essencial é a gratidão. Mesmo que seja um valor menor do que desejaríamos.

Todos conhecemos pessoas que se referem ao próprio dinheiro que recebem de uma forma pejorativa, que o diminui ainda mais. Falam de seus salários, pensões ou aposentadorias, como se fossem quase nada. Querer mais é legítimo e até positivo, mas não implica em desvalorizar o que se tem. É uma atitude semelhante à pessoa que se deprecia porque não é perfeita (alguém o é?), enfatizando exageradamente os seus próprios defeitos e limitações.

Pagar com gratidão e receber com gratidão são os dois lados da mesma moeda. É a gratidão que gera gratidão e vice-versa, uma potencializando a outra de forma recursiva e recíproca. Não é o mesmo o que ocorre com o amor correspondido e com sólidas amizades?

É incrível como estes aspectos aparentemente tão subjetivos podem fazer tanta diferença em termos concretos, práticos e materiais. Talvez você mesmo, caro leitor, tenha esta experiência. Ou talvez nunca tenha parado para pensar sobre isto. Pode ser que você seja cético e acredite, como muitos, que dinheiro é só dinheiro. É apenas matéria que move matéria. Neste caso, convido você a testar e a observar o que acontece. Me refiro a cultivar a gratidão quando se paga e cultivar a gratidão quando se recebe,.  

É um privilégio conhecer as histórias do Faraco, da Edna, do Joaquim, da Daniela, do Elias e de várias outras pessoas que, ao adotarem pequenas práticas, obtiveram tantos resultados na vida.

Afinal, do que estamos falando? De dinheiro ou de felicidade?

 

Julio Cesar Sampaio (PCC, ICF)

Mentor do MCI – Mentoring Coaching Institute

Diretor da Resultado Consultoria, Mentoring e Coaching