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Dinheiro traz felicidade?

Autor: Julio Sampaio

Mais dinheiro significa mais felicidade? Os cientistas que pesquisaram sobre o assunto afirmam que até um volume de renda anual, sim, porque proporciona uma vida considerada melhor. A partir de um determinado ponto (muito menor do que costumamos supor) ter mais dinheiro não nos faz mais felizes. Alguns estudos ainda mostram que o dinheiro, em uma determinada faixa, não traz mais felicidade, embora reduza a tristeza e a insegurança. O que a maior parte destes pesquisadores parece concordar é que a riqueza em si não traz felicidade e que há sentimentos e práticas que possuem um efeito muito maior sobre ela.

Um destes sentimentos é o apego ao dinheiro. Seja para quem tem muito ou tem pouco, é um sentimento que aprisiona e que nos torna inseguros. Além disso, também provoca um efeito contrário, do tipo, quanto mais quero segurar ou quanto mais medo tenho de perder, mais o dinheiro escorrega das minhas mãos. Não acontece o mesmo numa relação amorosa quando o apego de uma pessoa afasta a outra? E nos negócios, quando uma parte quer tanto algo, que a outra rejeita? O invisível exerce uma ação contrária diante do apego.

Um outro aspecto, desta vez, positivo, que nos torna mais felizes é a gratidão. Podemos nutrir um sentimento de gratidão pelo dinheiro que recebemos, seja ele em que volume for. Sempre poderia ser maior, mas também menor, ou nem existir. Podemos também cultivar um sentimento positivo com clientes ou empresas que nos remuneram. Isto gera um efeito recíproco, que se retroalimenta. O invisível exerce uma favorável influência diante da gratidão.

No entanto, a força da gratidão não se limita ao sentimento. Falo da gratidão em ação. É quando ela se materializa, por exemplo, em doação. Doação de tempo, de inteligência e de dinheiro. Conheço uma pessoa que se considerava muito grata, mas que não tinha o hábito de dizer obrigado, mesmo quando recebia uma gentileza de alguém. Após se conscientizar disso e, com um grande esforço, conseguiu incorporar o hábito de agradecer no seu cotidiano e mesmo de manifestar este sentimento para algumas pessoas especiais. Sentia-se cada vez mais feliz com a prática. Ao chegar neste estágio, porém, percebeu que estava parecida com uma vizinha que toda semana lhe pedia coisas emprestadas, dizia muitos obrigados, mas nunca era útil para ninguém no condomínio, isentando-se de qualquer contribuição que não lhe interessava. Ao se ver espelhada nesta vizinha, decidiu que daria um passo à frente. Transformaria sua gratidão a tudo que a vida vinha lhe proporcionando em ação, doando tempo para trabalhos voluntários e dinheiro para causas que contribuíssem para a felicidade de outras pessoas. Seu tempo e seu dinheiro a partir daí, renderam mais do que nunca e está agora ainda mais feliz. O invisível exerce uma força extremamente positiva quando transformamos gratidão em ação.

Na nossa relação com o dinheiro, há ainda o equilíbrio positivo entre a satisfação e a insatisfação. A satisfação favorece a gratidão, que é positiva, mas pode trazer acomodação, que é ruim. A insatisfação pode gerar a ingratidão e a revolta, sentimentos que não nos favorecem, mas pode gerar a ambição de querer evoluir, de querer ganhar mais, o que é muito bom.  Para sermos mais felizes, precisamos eliminar a ingratidão e a acomodação e cultivar a gratidão e a ambição positiva. Isto também favorece a ação do invisível.

E você, caro leitor? Como você se situa quanto ao Desapego, Gratidão, Gratidão em Ação e equilíbrio positivo entre Satisfação e Insatisfação? O que na sua relação com o dinheiro o aproxima ou o distancia de ser ainda mais feliz?

 

 

Mentor e Fundador do MCI – Mentoring Coaching Institute

Diretor da Resultado Consultoria

Autor do Livro: O Espírito do Dinheiro (Editora Ponto Vital)

Artigo publicado no Portal Amazônia