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Dinheiro Organizado e Dinheiro Desorganizado

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Conheci um empresário do ramo de lojas de móveis, no Rio de Janeiro, que era a personalização da falta de organização. Numa ocasião, estávamos em uma reunião, e ele procurava um determinado papel. No meio de tantos outros espalhados numa mesa grande, saltou à minha frente uma página de jornal amarelada pelo tempo, como quem pedia algum tipo de ajuda. Olhei por curiosidade e vi uma matéria sem maior importância e, então, percebi que era um jornal de um dia qualquer que, por acaso, ficara esquecido ali. O que chamava a atenção era que o jornal datava de quase três anos atrás. Perguntei a ele por que aquela página estava ali, e ele simplesmente respondeu “nem sei”, amassou-a e a deixou no canto da própria mesa, juntando-a a outros bolos de papel. Pensei, será que este jornal ainda terá mais três anos, antes de ir para uma lata de lixo? Talvez fosse como um cadáver não enterrado, cuja alma não tivesse direito ao descanso, vagando por anos. Ri comigo mesmo.

O que me impressionou, enquanto conversávamos sobre um possível trabalho de consultoria, era que a sua mesa refletia a sua vida (ou será que era a vida que refletia a sua mesa?). Era usual atrasar pagamentos. Seu dinheiro e o da empresa se misturavam. Entrava no cheque especial numa conta, enquanto tinha saldo em outra. Perdera o crédito nos bancos e, antes disso, dos empregados e fornecedores. Chegava sempre atrasado nos compromissos e era difícil para lidar com qualquer tipo de agenda.

O natural da falta de ordem (harmonia) é a própria desordem (desarmonia). Aprendemos isso na Metodologia Gensoku (em japonês significa Princípios). Ou seja, se comemos uma comida estragada, o natural é que passemos mal, aparente desarmonia, mas que é a própria harmonia. Para o pensador Mokiti Okada, a desarmonia que percebemos é aparente, sendo apenas uma questão de ponto de vista. Segundo este Princípio, no Universo tudo está em harmonia. E isto se aplica a todos os setores. Também se aplica ao dinheiro.

O que você deseja para o seu dinheiro? Que ele traduza ordem, onde, por exemplo, as entradas sejam maiores do que as saídas, e assim gerem sobras? Que você possa prever o que vai receber e saiba o que precisa pagar? Que os compromissos possam ser quitados dentro do vencimento e, assim, não gerem juros? Que as suas viagens de férias com família possam ser planejadas e usufruídas com tranquilidade? Que as emergências cotidianas não gerem seguidos rombos nas contas? Que você não precise todos os meses entrar no cheque especial ou que não seja necessário fazer dívidas para pagar dívidas? Que não aconteça que, de repente, você perceba que o dinheiro que entrou, sumiu, sem que você possa dizer exatamente como?

Se você deseja tudo isso, como eu desejo, precisamos que o nosso dinheiro seja o que podemos chamar de “dinheiro organizado”. Esta organização (Princípio Ordem) não gera apenas efeitos visíveis, mas influencia espiritualmente, favorecendo ou dificultando, a entrada ou o uso do dinheiro como desejamos. Mas o que seria exatamente o Princípio Ordem aplicado ao dinheiro? Isto é assunto para o próximo artigo.

 

Mentor e Fundador do MCI – Mentoring Coaching Institute

Diretor da Resultado Consultoria

Autor do Livro: O Espírito do Dinheiro (Editora Ponto Vital)

Texto publicado no Portal Amazônia