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Dá para ser divertido e artístico?

Autor: Julio Sampaio

Para fazer do mundo corporativo um lugar em que as pessoas possam ser felizes e não uma fonte de estresse e de doenças, ajuda muito ter consciência sobre alguns assuntos que temos conversado como: o sentido de missão no trabalho, o desenvolvimento de um propósito, a gratidão, a resiliência, o desapego e, como vimos no último artigo, a importância de sabermos bem o que queremos colher, pois é que o vamos precisar plantar.

Mas tudo isso não pode vir de uma maneira pesada, obrigatória, do tipo “ter que”, pois, seria uma contradição em si mesmo. A questão é, tudo isso pode e deve ser vivido de uma maneira leve, alegre, até mesmo artística.

A arte tem a missão de alegrar a vida do ser humano. Você, caro leitor, já imaginou como seria se tudo fosse em preto e branco? Se não houvesse as cores? Se não tivéssemos a música? O design? Se todos os prédios e casas fossem iguais, seguindo o mesmo padrão? Sem os quadros para decorar? Se não tivéssemos as flores, que tanta diferença podem fazer em um ambiente? E se vestíssemos as roupas iguais uns aos outros, como nos filmes antigos de ficção científica, todos com roupas prateadas de astronautas? E se não tivéssemos a literatura, os filmes e as séries? E se a comida servisse apenas para nos alimentar, podendo, por exemplo, ser feita por cápsulas de proteínas ou sais minerais, todos muito saudáveis, mas sem gosto. Que graça teria a vida?

Podemos dizer que tudo isso é arte e é ela que faz a vida ser saborosa. É o belo, que não pode estar presente apenas nas manifestações artísticas tradicionais, como na pintura, na música ou na literatura, mas a cada momento e em todas as situações.

Mas como aplicar o belo no nosso dia a dia de trabalho? A começar, com que espírito fazer qualquer coisa? Ninguém “tem que” nada, como nos ensina Marshall Rosenberg no excelente livro Comunicação Violenta. Fazemos por escolha nossa, por algum motivo, e ter consciência disso, nos ajuda a nos colocar, exatamente onde devemos estar, na direção de nossas vidas.

Uma outra frase me vem a mente neste momento, que ouvi muitas vezes de meu pai: “tudo que merece ser feito merece ser bem feito”. Ele, por exemplo, era incapaz de dar uma carona para alguém pela metade. Quando alguém dizia, pode me deixar aqui mesmo, ele respondia dizendo a frase. Trazendo para o nosso tema, eu complementaria: “tudo que que merece ser feito, merece ser feito com espírito de alegria”. Por que não, de maneira divertida?

O belo pode ainda estar presente na maneira como arrumamos a nossa mesa, na arrumação e limpeza do escritório, na claridade, no formato do relatório, na forma que respondemos aos e-mails ou às mensagens. Também nos relacionamentos que estabelecemos com clientes, colegas, subordinados ou superiores hierárquicos. São os detalhes que fazem a diferença, funcionando como temperos que proporcionam o sabor as coisas

Podemos ser nós os elementos a levar a arte, a beleza e a diversão para o nosso dia a dia de trabalho, sabendo que seriedade nada tem a ver com caras fechadas, mau humor e ambiente pesado. Ao contrário, inovação, criatividade e produtividade têm tudo a ver com alegria, leveza e arte. O que você acha? Dá para ser divertido e artístico?

 

 

Julio Sampaio de Andrade

Mentor e Fundador do MCI – Mentoring Coaching Institute

Diretor da Resultado Consultoria

Autor do Livro: O Espírito do Dinheiro (Editora Ponto Vital), dentre outros

Texto publicado no Portal Amazônia