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O poder das histórias

Autor: Christiane Dumont

Acabei de assistir ao TED “How Your Brain Responds to Stories and Why they are crucial to leaders”, da Karen Eber. Como sempre acontece, cada vez que vejo um TED legal, corro para escrever sobre as ideias que ele faz brotar em minha cabeça.

Karen fala sobre como dados (data em inglês) são importantes e essenciais para se vender uma ideia ou posicionamento, mas que o que leva as pessoas a se envolverem e tomarem ação é uma boa história.

Segundo ela, quando somos expostos a dados, uma única parte do nosso cérebro é usada para processá-los, sendo que 50% da informação acaba sendo esquecida. Por outro lado, quando você ouve uma história, todos os seus sentidos e emoções ficam engajados e você se conecta, empaticamente, com a pessoa que está contando a história e com a própria história e seus personagens.

Fácil de entender. O que emociona mais? Saber que 152 milhões de crianças e adolescentes, entre 5 e 17 anos de idade, estavam sendo obrigados a trabalhar no mundo em 2016, ou ver a foto de 3 crianças indianas, simpáticas, obedientes e resignadas trabalhando numa fábrica de tijolos?

Dado não muda comportamento. Emoção muda. Se dado mudasse, estávamos todos acordando às 6 da matina para malhar e tomar suco verde.

Isso me lembrou a entrevista do Bial com o Lázaro Ramos sobre o especial do Dia da Consciência Negra da Globo, Falas Negras, que foi exibido dia 20 de novembro e que traz textos históricos de grandes personagens que lutaram contra o racismo e injustiça.

Lazaro disse na entrevista que as pessoas, racionalmente, são conscientes de que existe racismo, mas estão sempre em busca de um bom contra-argumento. No entanto, quando se traz a emoção para o contexto, aí assim é possível gerar aceitação e mudança. Por isso, o Falas Negras não é um documentário, mas uma encenação de histórias reais.

Eu assisti à cena em que a atriz Tatiana Tibúrcio interpretou a doméstica Mirtes Souza, cujo filho de 5 anos caiu de um prédio de luxo. A cena é emoção na veia! Não há quem não se sensibilize com essa história e com a causa que ela abraça.

Há 4 anos, eu escrevi uma séria de crônicas de pessoas que tiveram um daqueles momentos em que cai a ficha e, após isso, mudam radicalmente suas vidas.

Depois de assistir ao TED da Karen, decide publicá-las aqui. Elas contam “Pequenas-Grandes Histórias” de pessoas que, sozinhas, conseguiram dar a volta por cima.

Eu, como coach, tenho o privilégio de ver isso acontecer regularmente com meus parceiros ou clientes ou coachees, como preferirem chamar. O momento, em que a pessoa descontrói uma crença e cria uma outra verdade muito melhor e muito mais poderosa.

Algumas pessoas conseguem fazer isso sozinhas. Outras precisam de ajuda. E, como disse uma cliente minha, “tudo bem pedir ajuda”.

Enfim, meu próximo post será sobre a história de Vitor, um carinha tipo caladão que dá uma baita volta por cima. Até lá.

 

 

Christiane Dumont

Membro do MCI – Mentoring Coaching Institute

Membro da ICF – International Coach Federation

Coach de Vida e Carreira

Autora do livro: Como Morar na China sem Engolir Sapo nem Comer Cachorro 

Site: christianedumont.com

Insta: chris.dumont.rotstein