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Empresa ser vivo, qual a sua história?

Autor: Julio Sampaio

O que faz a Apple, a Dell, a Samsung, a Microsoft e a IBM empresas tão diferentes entre si? Por que nós consumidores vemos estas marcas de maneiras tão distintas, a ponto de estarmos dispostos a pagar mais caro por produtos ou serviços que não são superiores a outros mais em conta? Logicamente não são perguntas para uma única resposta e podemos buscar argumentos racionais para justificar o que o nosso subconsciente capta e que se manifesta no nosso consciente de diferentes maneiras. Uma visão mais simplista diria que é tudo uma questão de marketing e de estratégias adotadas.  Elas contribuíram sem dúvida, mas não seriam capazes de construir estas percepções por si mesmas.

Ainda que atuando no mesmo segmento, ou em muito próximos, cada uma delas começou a ser o que é, na sua origem, antes de existir. Quem as criou? Quais eram as suas motivações? Quais foram os seus desafios iniciais? Quais eram os seus principais valores e crenças que nortearam já as primeiras escolhas? Quais os aspectos da personalidade deste ou destes fundadores que mais contribuíram para a criação da cultura desta empresa? O que ele ou eles conseguiram deixar impregnados, mesmo que já não estejam por aqui? O que teriam estabelecido como Missão, a razão da existência da empresa que estavam criando?

A maior parte dos negócios não sobrevive aos primeiros dois anos, e se uma empresa chegou até aqui, passou por uma espécie de corrida dos espermatozoides. Mas a luta da vida estava apenas começando e surgiram outros desafios, que continuam e continuarão existindo. Neste percurso, no que ela se diferenciou? O que desenvolveu como talento? No que foi reconhecida? Que outras pessoas foram marcantes neste caminho, incluindo líderes e colaboradores? No que ela fez diferença na vida das pessoas, no mercado, ou em outras partes interessadas, os chamados stakeholders? Que fatos marcaram a sua história? Como a própria empresa conta a sua história?

O que vale para grandes marcas, vale para qualquer negócio. Paulo, Saul e Julio decidiram abrir uma pequena casa de refeições, que não chegava a ser um restaurante. Um é engenheiro, outro administrador e o terceiro, publicitário. Investiram tudo que tinham financeiramente e se empenharam bastante. A proposta era servir a comida que comiam em casa, feito pela mãe de dois deles. O objetivo era, a partir de um pequeno modelo, multiplicar e expandir. A própria mãe, pessoalmente, estava na cozinha, definindo cardápio, escolhendo os ingredientes, dizendo como cada prato devia ser feito. Mas o sabor vai além da combinação dos insumos, não é mesmo? Suas orientações incluíam o tipo de pensamento e sentimento que deveriam ser impregnados em cada refeição. Era esta a história que começava a ser criada para a Casa da Sogra, o nome que criaram para o serviço.

Se você tem um pequeno negócio, ele também tem uma história. Se você está iniciando um empreendimento, a sua própria história e propósito são os genes deste novo ser. Mas se você está chegando em uma empresa ou vai realizar um trabalho de consultoria, por exemplo, não basta conhecer os seus números, o organograma, a estratégia. Muitos projetos e excelentes planos de negócios morrem ou nem chegam a existir, porque desconsideram este fator invisível, mas tão importante. Empresa ser vivo, qual é a sua história?

 

Julio Sampaio (PCC, ICF)

Idealizador do MCI – Mentoring Coaching Institute

Diretor da Resultado Consultoria, Mentoring e Coaching

Autor do Livro: Felicidade, Pessoas e Empresas (Editora Ponto Vital), dentre outros

Texto publicado no Portal Amazônia